CARTA DO DOM MANOEL À DIOCESE DE PALMEIRA DOS ÍNDIOS


 

Irmãos e irmãs,

Como Peregrinos da Esperança nos reunimos de 7 a 9 de novembro pp., a fim de realizarmos a 43ª Assembleia Pastoral. Nosso objetivo foi rever, avaliar, celebrar, avançar. Partindo das proposições já assumidas em assembleias anteriores. “As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos os que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo” (GS,1).

Este ensinamento da Constituição Gaudium et Spes, sintetiza o propósito que nos fez refletir o tema: “Por uma espiritualidade de Comunhão nas práxis Evangelizadora”; iluminação bíblica: “Como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, que também eles estejam em nós” (Jo 17, 21).

Nosso encontro foi, sem dúvida, contagiado de muita alegria. Nossos leigos e leigas, religiosos, religiosas e sacerdotes, portavam em seus rostos a certeza do bom êxito no compromisso assumido, na última assembleia diocesana. Como nos ensina o salmista: “Os que semeiam entre lágrimas, ceifarão com alegria. Vão chorando ao levar as suas sementes, voltam cantando, carregando os seus feixes.” (Sl 126,5-6).

Como nem tudo são flores no caminho dos discípulos-missionários, partilhamos, também, nossas dores e aflições, vividas ao longo do caminho, sobretudo, a má notícia das guerras, que nos chegam do outro lado do planeta: Rússia X Ucrânia, Israel X Palestina. “A violência causada pelas guerras mostra claramente quanta arrogância move àqueles que se consideram poderosos aos olhos dos homens, enquanto aos olhos de Deus são miseráveis. Quantos novos pobres produz esta má política das armas, quantas vítimas inocentes! Contudo, não podemos recuar.” (Mensagem do Papa Francisco – VIII Dia Mundial dos Pobres, 4).

 Em solo brasileiro, ainda convivemos com as consequências de polarizações extremas que tomaram conta da política nos últimos anos. Os discursos antidemocráticos, persistem em grande parte dos pronunciamentos de influenciadores digitais e lideranças políticas. O uso dos grandes meios de comunicação e mídias sociais tem facilitado a disseminação clara e ruidosa de discursos mal-intencionados. São ameaças à vida que muito nos entristece, “Aflige-nos, mas, não nos confundem, as grandes mudanças que experimentamos. Temos recebido dons incalculáveis, que nos ajudam a olhar a realidade como discípulos missionários de Jesus Cristo” (DAp, 20).

No Vaticano, Papa Francisco encerrou, no domingo (27 de outubro), a última sessão da XVI Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos (2021-2024). Para nós, o encerramento foi de grande importância, tendo em vista, nossa participação direta neste sínodo, enquanto participantes da primeira fase sinodal, produzimos nossa própria síntese da Escuta Sinodal Diocesana. Como sabemos, sobre as conclusões sinodais, não abordamos diretamente, nesta assembleia, faremos num estudo voltado tão somente a este assunto, na primeira reunião anual do Conselho de Pastoral, em 2025.

Em sintonia com as decisões já assumidas, nas assembleias anteriores, continuaremos com os estudos das Constituições do Concílio Vaticano II, como bem nos exortou Papa Francisco, em preparação ao Jubileu 2025.

Assim sendo, destaco os compromissos produzidos nessa assembleia e que faremos cumprir, ao longo do Ano Pastoral de 2025: 

- A celebração do Jubileu 2025 - Peregrinos da Esperança (estudar atentamente a Bula Spes non confundit, nas assembleias paroquiais, pastorais, movimentos e retiros espirituais.);

- Nossa Catedral Senhora do Amparo, fica estabelecida como único local de Peregrinação, dentro da Diocese, a fim de acolher, todas as nossas Peregrinações;

- Cada Setor e suas respectivas paróquias, deverão se organizar para esse ato, de modo que nada seja improvisado, evitando assim, que a peregrinação se transforme em passeio de turismo religioso. “Possa ser, para todos, um momento de encontro vivo e pessoal com o Senhor Jesus, «porta» de salvação (Jo 10,7.9); com Ele, que a Igreja tem por missão anunciar sempre, em toda a parte e a todos, como sendo a ‘nossa esperança’” (Bula Spes non confundit, 1);

- Promover o estudo da Sacrossanctum Concillium em todos os Setores. Caso haja algum Setor com a execução das tarefas do ano anterior em andamento, isto é, o estudo de Lumen Gentium e Dei Verbum, devem ser concluídas;

- O Domingo da Palavra continuará vigente, e deverá ser implantado em toda a nossa Diocese, até que alcancemos a meta sonhada.  Para tanto, é necessário que o padre forme devidamente as Comunidades;

-  A Imagem de Nossa Senhora do Amparo, visitará todas as nossas Paróquias, ao longo do Ano Santo e retornará somente por ocasião do encerramento do Ano Jubilar, na Festa da Sagrada Família, em 28 de dezembro de 2025.

 

Desejo abençoado Ano pastoral.

Com o auxílio de Nossa Senhora do Amparo, seguiremos como Peregrinos da Esperança, neste Ano Jubilar, pois, “a Esperança não decepciona” (Rom 5,5). 

 

Com minha bênção,

 

Dom Manoel de Oliveira Soares Filho

Bispo Diocesano de Palmeira dos Índios

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