CLERO DA DIOCESE DE PALMEIRA DOS ÍNDIOS ESTUDA EXORTAÇÃ PÓS-SINODAL DO PAPA FRANCISCO AMORIS LAETITIA

Ocorreu entre os dias 12 e 15 de setembro, no Centro de Treinamento Pastoral Pio XII, o Encontro de Formação do Clero da Diocese de Palmeira dos Índios/AL. Teve como assessor o Arcebispo de Vitória da Conquista, D. Zanoni Demettino Castro.
A exortação Amoris Laetitia aborda o tema do “amor na família”, sendo fruto dos Sínodos realizados em 2014 e 2015; e que entre outras coisas, reafirma que o matrimônio é a união entre um homem e uma mulher, e chama sacerdotes e agentes pastorais a acompanhar os fiéis em situação delicada para que saibam e sintam que fazem parte da Igreja.
O que a exortação apresenta de novo é o enfoque do acompanhamento. Não é estranho ao Papa Francisco o reconhecimento da complexidade da vida familiar em nossos dias, mas atenta para a necessidade de que a Igreja, na pessoa de seus ministros esteja próxima das pessoas independentemente da situação ou quão afastados possam se sentir da Igreja. A Amoris Laetitia é um texto muito unido aos problemas concretos das pessoas. O Papa quer recordar a beleza da vida familiar, apesar dos problemas que a cercam.
O convite ao discernimento – já que não se tem respostas prontas na exortação – é um esforço para abrir-se à Palavra de Deus e ao ensinamento magisterial da Igreja que ilumina a realidade concreta da vida cotidiana. O Papa Francisco orienta aos pastores e aos fiéis para um olhar cuidadoso e cauteloso com cada situação concreta, entretanto, o discernimento não deve se separar das exigências de verdade e da caridade. A humildade é necessária na busca sincera da vontade de Deus.
O maior desafio da Amoris Laetitia é que diante dela não se tenha uma atitude de pressa, a prática pastoral deve levar em conta de que estamos diante de pessoas, indivíduos, não situações frias – o fato pelo fato, simplesmente. O texto formula propostas – não desconhecidas à Igreja e aos seus pastores. O desafio é caminhar juntos numa sociedade mais do que nunca cheia de matizes. O acompanhamento à família, integrá-la; o permanecer perto de qualquer pessoa que tenha sofrido as consequências de um amor ferido, e, antes do mais, o desafio da compreensão, é o pão de cada dia da Igreja junto a seus fiéis e àqueles de boa vontade que desejam ouvi-la com atenção.
A Igreja, como serva da Verdade que é Cristo, continua afirmando o ensinamento de sempre: o matrimônio dá-se entre um homem e uma mulher, mas está alheio às questões mais pertinentes que permeiam os laços familiares.
É desejo do Papa Francisco que nos aproximemos dos frágeis com o coração e atitudes compassivas e não com julgamentos, para tocar a existência concreta dos outros e experienciarmos a força da ternura.
“O caminho da Igreja é o de não condenar a ninguém; derramar a misericórdia de Deus sobre todas as pessoas que a pedem com coração sincero” (AL 296).


(Pe. Wendel Assunção Gomes - Pároco da Catedral)





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