DOM MANOEL FILHO EMITE NOTA SOBRE A CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2021

 


Palmeira dos Índios-AL, 19 de fevereiro de 2021

Amados irmãos e irmãs:

Sacerdotes, Diácono, Religiosos, Religiosas, Leigas e Leigos.

 

 Convertei-vos e crede no evangelho! (Mc 1,15)

 

Com a imposição das cinzas, iniciamos nesta quarta-feira, nosso itinerário quaresmal. Um caminho que devemos percorrer iluminados pela Palavra de Deus rumo à Páscoa do Senhor. Abertos à docilidade do Espírito Santo, queremos superar nossos pecados: mentira, ódio, raiva, violência, indiferença, maledicência, corrupção e tantos outros. E, refeitos com a cura da santa confissão, abraçar Jesus Ressuscitado.

Penitência, Oração e Jejum haverão de marcar nosso itinerário, sabendo que não podemos vivenciar nossa fé de forma intimista e isolada, exercitemo-nos como nos ensina São Tiago: “... se alguém diz que tem fé, mas não tem obras, que adianta isso? Por acaso a fé poderá salvá-lo?” (Tg 2,14). Desta forma vamos caminhar em unidade com a Igreja no Brasil, que este ano nos desafia a vivenciar a Campanha da Fraternidade Ecumênica, com o lema “CRISTO É NOSSA PAZ: do que era dividido, fez uma unidade” (Ef 2,14), o tema: “FRATERNIDADE E DIÁLOGO: Compromisso de amor”. Em seu Texto Base, a proposta da Campanha tem, como objetivo geral, “convidar a todas as comunidades de fé e pessoas de boa vontade a pensarem, avaliarem e identificarem caminhos para superar as polarizações e violências através do diálogo amoroso, testemunhando a unidade na diversidade” (Texto Base, n. 3).

Como vemos, o tema da Campanha da Fraternidade Ecumênica deste ano, vem num momento muito necessário e oportuno para rompermos a barreira do nosso egoísmo e individualismo, provocando nossa reflexão sobre a situação da intolerância e violência, cada vez mais presentes em nosso cotidiano e disseminada, hoje, pela popularidade das redes sociais e fakenews. Que o impulso desta reflexão nos leve à conversão.

Sabemos que a Campanha da Fraternidade, nasceu de uma feliz iniciativa em 1961, na cidade de Natal, nordeste brasileiro, para atender necessidades sociais. Pelo ótimo desempenho deste feito, quatro anos depois, a boa ideia era acolhida e tornava-se realidade na Igreja de todo o Brasil. Portanto, há mais de cinco décadas que a CF vem dando oportunidades de, impelidos pelas “...tristezas e as angústias dos homens de hoje" (GS,1) refletirmos durante toda a quaresma e, muitas vezes tornando-se parte de planos pastorais diocesanos, por estar em sintonia com as preocupações e sofrimentos do povo de Deus.

Nestes últimos dias, a Igreja no Brasil, sobretudo nós bispos, fomos tomados por uma avalanche de acusações desrespeitosas quanto à condução da Campanha da Fraternidade deste ano. Não somos contra as críticas, do contrário não nos lançaríamos a este desafio da evangelização em tempos de redes sociais. E, faz-se tão necessário posicionar-nos a favor da vida e do Evangelho que, unidos na ética do mesmo Jesus Cristo, está a CFE 2021, e também assumida pelas Igrejas cristãs de outras denominações que participam do CONIC (Conselho Nacional das Igrejas Cristãs). Assim, como irmãos e irmãs do Caminho (At 9,2), seguidores do único e mesmo Mestre Jesus de Nazaré, que está vivo e presente na Comunidade de fé (Lc 24,34), já estamos a realizar a quinta edição ecumênica na história das Campanhas da Fraternidade. Como igrejas cristãs, acreditamos que “Cristo é a nossa Paz: do que era dividido, Ele fez uma unidade. Em sua carne Ele destruiu o muro da separação” (Ef 2,14).

Portanto, sigamos os ensinamentos da eclesiologia vigente ensinada pelo Concílio Vaticano II, “Os leigos (...) segundo o grau de ciência, competência e autoridade que possuam, têm o direito, e por vezes mesmo o dever, de expor o seu parecer sobre os assuntos que dizem respeito ao bem da Igreja. Se o caso o pedir, utilizem os órgãos para isso instituídos na Igreja, e procedam sempre em verdade, fortaleza e prudência, com reverência e amor para com aqueles que, em razão do seu cargo, representam a pessoa de Cristo” (LG 37).

Reafirmo a todo o clero de nossa Diocese de Palmeira dos Índios, às Religiosas, Religiosos, Leigas e Leigos, que caminhamos SIM, fiéis ao Evangelho de Jesus Cristo, em comunhão com a CNBB. E por estarmos no Caminho com o Senhor e Mestre Jesus, não somos imunes às críticas próprias de quem caminha (Mt 5, 11). E, por isso, faremos o possível para que os objetivos gerais e específicos da Campanha da Fraternidade Ecumênica deste ano, tornem-se conhecidos e amplamente divulgados, e, quanto possível, alcançados em nossa Diocese.

Desejo-vos frutuoso itinerário Quaresmal e uma abençoada e luminosa Páscoa da Ressurreição.

 Com minha bênção,

 

Dom Manoel de Oliveira Soares Filho

Bispo Diocesano de Palmeira dos Índios/AL


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