Núncio Apostólico confirma presença no Jubileu Diocesano


DIOCESE DE PALMEIRA DOS ÍNDIOS, “RUMO AO JUBILEU ÁUREO”
19 de agosto de 2012

O núncio apostólico no Brasil, Dom Giovanni D’Aniello, estará na Diocese de Palmeira dos Índios(AL), no dia 19 de agosto. A visita acontece por ocasião das comemorações do Jubileu de Ouro (50 anos) da diocese. O representante do Santo Padre presidirá a Solene Celebração Eucarística de encerramento do Jubileu Diocesano, a presença do prelado significa a comunhão de toda Igreja Particular de Palmeira dos Índios com o Santo Padre. Sem dúvida será um momento ímpar na história de toda a Diocese, que durante os dias 13 a 19 de agosto, viverá dias mais intensos da sua experiência de fé, pois acontecerá o Congresso Eucarístico Diocesano. 

BREVÍSSIMO HISTÓRICO

Dom Dulcênio Fontes de Matos - Bispo da Diocese de Palmeira dos Índios

A Diocese de Palmeira dos Índios foi criada aos 10 de fevereiro de 1962 pelo Santo Padre então reinante no sólio petrino João XXIII com a Bula “Quam Supremam”, com a finalidade de dar “aos povos cristãos a oportunidade de conservar cuidadosamente a religião e de ajustar o modo de vida aos preceitos do Sagrado Evangelho”. Mesmo tendo sido criada em fevereiro daquele ano de 1962, a outrora recém-criada Sé Diocesana de Palmeira dos Índios só foi instalada em 19 de agosto do mesmo ano pelo Senhor Núncio Apostólico da República Brasileira Sua Excelência Reverendíssima Dom Armando Lombardi, Arcebispo Titular de Cesareia de Filipe.

    Para a composição do território da nova circunscrição eclesiástica foram desmembrados municípios da Igreja Arquidiocesana de Maceió (Quebrangulo e Paulo Jacinto) e da Igreja Particular de Penedo (Água Branca, Batalha, Belo Monte, Cacimbinhas, Delmiro Gouveia, Dois Riachos, Igaci, Major Isidoro, Jacaré dos Homens, Maravilha, Mata Grande, Monteirópolis, Olho d'Água das Flores, Olivença, Palmeira dos Índios, Pão de Açúcar, Piranhas, Poço das Trincheiras, Santana do Ipanema, São José da Tapera), sendo os Bispos das respectivas Igrejas Dom Ranulfo da Silva Farias e Dom José Terceiro de Souza.

    Antevendo recepcionar a nova Diocese, o Vigário da Paróquia Nossa Senhora do Amparo, em Palmeira dos Índios, o reverendíssimo Monsenhor Francisco Xavier Macedo, remodelou a Igreja Matriz para que posteriormente pudesse, com imponência, receber o título de Igreja catedral, bem como organizou a construção do Palácio e Cúria Episcopal.

    Para primeiro Bispo de Palmeira dos Índios, em 04 de julho de 1962, foi eleito por João XXIII, Dom Otávio Aguiar Barbosa, na época, Bispo de Campina Grande. O paraibano Dom Otávio era, no dizer da bula de sua eleição, “homem sem dúvida cheio das virtudes episcopais e também notável pela grande piedade e pelas suas obras”. O Prelado foi empossado na Sé Catedral Diocesana de Nossa Senhora do Amparo em Palmeira dos Índios automaticamente no dia da Instalação Canônica da nova Diocese (ou seja, em 19 de agosto de 1962) diante de Dom Armando Lombardi (Núncio Apostólico),   de  inúmeros   bispos  e   autoridades estaduais e municipais.

    Percebendo a escassez do clero, uma das primeiras providências de Dom Otávio Aguiar foi a implantação das Obras das Vocações Sacerdotais (OVS) que, no seu próprio dizer,  afirmava ser “com vistas ao futuro da assistência religiosa, tanto na sede como no interior”. A Diocese de Palmeira dos Índios, quando da sua instalação, contava com apenas 11 paróquias, inclusive tendo algumas que possuíam uma vasta extensão territorial. Era necessário criar mais comunidades paroquiais. Interessante que a Igreja de Palmeira dos Índios viu surgir alguns municípios, acompanhando, como Mestra e Mãe, o desenvolvimento do povo do agreste e sertão alagoanos. Assim, no decorrer de cinquenta anos, surgiram os municípios de Canapi, Estrela de Alagoas, Inhapi, Olho d'Água do Casado, Ouro Branco e Pariconha. Também, para um maior serviço ao povo de Deus, instalaram-se na Diocese algumas Congregações Religiosas: Congregação das Religiosas do Sagrado Coração de Jesus, Irmãs Franciscanas de Santo Antônio e Congregação das Missionárias de Santo Antônio Maria Claret. Estes institutos, juntamente com a Congregação das Filhas do Amor Divino que em Palmeira dos Índios já residia, realizam, ainda hoje, inúmeros trabalhos de evangelização e promoção humana.

     Diocese de Palmeira dos Índios, percebendo as necessidades sociais de seus fiéis, iniciou, através de Dom Otávio, ações que viabilizassem o anúncio do Reino e valorização da pessoa. Assim, em agosto de 1963, em convênio com a Prefeitura de Palmeira dos Índios e com o Governo do Estado de Alagoas, foi fundado o Centro Social Diocesano, cujo papel estava voltado para a integração das pessoas mais pobres na sociedade, desenvolvendo-as no ensino de habilidades domésticas tais como o curso de alfabetização, corte e costura, bordado, crochê e arte culinária. Soma-se à iniciativa do Centro Social Diocesano a fundação do Clube de Mães que, fundado em maio de 1964, buscava realizar serviços de assistência às gestantes e parturientes, inclusive orientando as mulheres sobre a maternidade, cuidados prévios com o nascimento dos bebês, alimentação, pré-natal, educação das crianças, religião, deveres do lar, etc.

    Relacionada ao compromisso que brota do Evangelho para a Igreja como formadora cultural dos fiéis, a Diocese de Palmeira dos Índios funda, em 1966, os colégios Sagrada Família, em Palmeira dos Índios, e São Vicente de Paulo, na cidade de Pão de Açúcar, além de creches nos municípios de São José da Tapera e Palestina. Em 1968, cria o Colégio de Santana do Ipanema. Na cidade de Palmeira dos Índios, em 1971, foi criado o Museu Xucurus que funciona, desde a sua fundação, na Igreja do Rosário.

    Em 1962, a Diocese de Palmeira dos Índios, juntamente com o projeto junto às instituições de ajuda à Igreja presente em países em desenvolvimento, encabeça a construção de conjunto de casas populares. Inaugurada em 08 de dezembro de 1967, a Vila João XXIII foi destinada aos pobres sem abrigo.

    Passados 15 anos como Bispo de Palmeira dos Índios, Dom Otávio Aguiar (que muito trabalhou na infra-estrutura da Diocese), entrega o Báculo Pastoral ao seu sucessor, Dom Epaminondas José de Araújo. Dom Otávio Aguiar Barbosa falece na cidade de Maceió aos 08 de dezembro de 2004.

    O paraibano Dom Epaminondas, quando da sua eleição episcopal, em 14 de dezembro de 1959, foi o primeiro Bispo de Ruy Barbosa, no Estado da Bahia, sendo mais tarde transferido, em 1966, para ser o primeiro Bispo da Diocese de Anápolis, no Estado de Goiás, onde passou 12 anos. Em 1978, foi eleito pelo Papa Paulo VI para ser o segundo Bispo Diocesano de Palmeira dos Índios.

    Se Dom Otávio estruturou a Diocese, Dom Epaminondas preocupou-se primordialmente com a formação do clero acerca  do “aggiornamento” trazido pelo Concílio Vaticano II. Foi também o segundo prelado de Palmeira dos Índios que sagrou o primeiro filho da Diocese para o Episcopado, Dom Jorge Tobias de Freitas, eleito para a Diocese de Caxias, Estado do Maranhão. Foram da autoria de Dom Epaminondas as seguintes  Cartas  Pastorais: Sobre a Liturgia, Sobre a Evangelização, Sobre a Catequese, Sobre a Política e Bem Comum.

    Por motivos de falta de saúde, em 1º de setembro de 1983, Dom Epaminondas apresenta o pedido de renúncia ao Santo Padre João Paulo II. Este pedido foi encaminhado ao Bispo de Roma pelas mãos do Eminentíssimo Dom Lucas Cardeal Moreira Neves. O Romano Pontífice o aceita em 28 de novembro de 1984. Dom Epaminondas José de Araújo falece em João Pessoa aos 09 de junho de 2010. Para o seu sucessor em Palmeira dos Índios, Dom Fernando Iório Rodrigues, Dom Epaminondas pode ser caracterizado como “homem de elevada prudência e alto sentido espiritual das coisas que realizava”.

    No dia 06 de março de 1985, era eleito por João Paulo II o terceiro Bispo de Palmeira dos Índios, o maceioense Cônego Fernando Iório Rodrigues. Sua ordenação foi em 29 de maio e sua posse canônica em 30 de junho de 1985 no frontispício da Catedral Diocesa Nossa Senhora do Amparo.

    Iniciando os seus trabalhos na Diocese, Dom Fernando Iório, reuniu o povo de Deus e os padres em Assembleia Diocesana para inteirar a Igreja Palmeirense das proposições da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Além disso, realizou, de imediato, a visita pastoral das 16 paróquias até então existentes. Adquiriu o prédio do Colégio Pio XII para servir de Centro de Treinamento da Diocese. Fundou o Seminário Propedêutico “Cura D'Ars” e a Facesta (Faculdade Santo Tomás de Aquino), bem como, a criação de nove paróquias e ordenação de quase 40 sacerdotes.

    Foi preocupação de Dom Fernando a educação dos fiéis. Em seu episcopado fez alguns convênios com a Universidade Federal de Alagoas e o Centro de Estudos Superiores de Maceió para a implantação de cursos superiores em Palmeira dos Índios. E também com a dignidade da Pessoa Humana: construção do Asilo Vila do Idoso e da Casa da Menina, a instalação de dessalinizadores de água na região semi-árida da Diocese. Construiu o Lar Sacerdotal.

    Dom Fernando Iório pastoreou a Diocese de Palmeira dos Índios durante 21 anos, ou seja, até a sua renúncia em 05 de julho de 2006, quando o Papa Bento XVI nomeou a mim, Dom Dulcênio Fontes de Matos, então Bispo Titular de Cozila e Auxiliar em Aracaju,  para ser o quarto pastor  de  Palmeira  dos Índios.

    Eu, sergipano de Lagarto, tomei posse como Bispo Diocesano de Palmeira dos Índios em 09 de setembro de 2006, no átrio da Catedral Diocesana Nossa Senhora do Amparo, com a presença de 14 bispos de diversos estados do Brasil, do clero palmeirense e de outros lugares, bem como do povo de Deus.

Como o quarto Bispo de Palmeira dos Índios, durante meus seis anos de episcopado, tenho procurado exercer o meu pastoreio em consonância e comunhão com as determinações da Santa Igreja. Neste sentido, venho preocupando-me, dentre outros aspectos, com a renovação pastoral e administrativa da Diocese: desde 2007, com as Santas Missões Populares em todas as paróquias e comunidades rurais, colocando a Diocese na dinâmica proposta pelo Regional Nordeste II e CELAM; constantes visitas pastorais em quase todas as paróquias, tal como prescreve o Direito Canônico; com as vocações, sendo um incentivador da Oração pelas Vocações Sacerdotais e Religiosas pelos recantos da Igreja Particular de Palmeira dos Índios, inclusive criando o Seminário Maior de Palmeira dos Índios (curso de Filosofia), ordenação de seis padres diocesanos e alguns religiosos; com os marginalizados através da instalação da Fazenda da Esperança Nossa Senhora do Amparo e da Casa do Menor São Miguel Arcanjo; reforma do Centro de Treinamento Pio XII; criação de quatro novas paróquias (Olivença, Pariconha, Canapi e Senador Rui Palmeira) e um Santuário Eucarístico de Adoração na antiga Capela de São Pedro em Palmeira dos Índios; a Carta Pastoral “Sancta Ecclesia Nostra”, sobre a Eucaristia e sua vivência em relação à Igreja e aos fiéis. Foi durante este meu episcopado que Dom José Francisco Falcão de Barros foi sagrado Sucessor dos Apóstolos, como Bispo Titular de Auguro e Auxiliar do Ordinariado Militar do Brasil; houve a implantação do jornal “Igreja em Ação”, do blog da Diocese (www.diocesedepalmeiradosindios.blogspot.com) e do programa dominical “A Hora Católica”, através do qual posso dirigir-me semanalmente a muitos fiéis, visto que é transmitido por seis emissoras de rádio.

    Nas comemorações do Jubileu Áureo de nossa Diocese, tentei, por estas breves linhas, sintetizar a história e de seus componentes da Igreja de Cristo presente neste agreste e sertão alagoanos, na certeza de que o Senhor nunca abandonou a Sua Esposa, a Sua Bem-Amada Igreja. Não obstante a fragilidade e contingência daqueles que participam do Seu Corpo Místico, a Sua Graça sempre superabundou em nós e em nosso meio. A Ele a glória, a nós, “servos inúteis”, o trabalho. 


Comentários