Três fatos, uma única lição (Dom Henrique Soares da Costa)



Não se assuste, caro Leitor meu, com a conexão de três fatos, que agora faço.


Primeiro fato: na leitura da Missa do sábado passado, do Primeiro Livro dos Macabeus, narra-se a morte do ímpio rei Antíoco Epífanes, que tanto mal fez ao Povo de Deus. Derrotado em algumas batalhas, descobriu que não era onipotente, invencível, que não era Deus: era somente homem, filho de Adão. Cheio de melancolia, deprimido, ele perde o gosto pela vida e morre. Antíoco Epífanes, epifania da divindade, assim ele se considerava... E morre, como todo filho de Eva que vem a este mundo...

Segundo fato: o Ditador da Venezuela, Hugo Chávez está com câncer e seu estado é grave. Não lhe resta muito de vida. Ele tinha um projeto de poder eterno na Venezuela: tanto mal fez ao seu país, destruindo as instituições nacionais, aparelhando o Estado, criando uma máquina ditatorial e despótica de corrupção e demagogia, perseguindo e escarnecendo da Igreja, arrogando-se até em deus... Segundo fontes seguras, corre o risco de sequer estar vivo em outubro do ano próximo para concorrer nas eleições...

Terceiro fato: José Luís Zapatero, o primeiro-ministro da Espanha, que fez mais que ninguém nos últimos anos no seu país para erradicar os traços de cristianismo da sociedade, hoje perderá miseravelmente as eleições no seu país. Seu infame projeto passará; a Igreja continuará, mesmo após a sua morte...

Porque aproximo estes três fatos? Não quero dizer que estes três personagens infelizes estão sendo castigados. Não! Longe de mim pensar isto, pois gente muito boa, grandes amigos de Cristo também sofrem, perdem eleições e adoecem gravemente. O que desejo salientar é bem outra coisa: estes três personagens demonstraram desprezo por Deus, embriagados de si próprios e se julgando acima do próprio Deus, como senhores do bem e do mal. Certo, Zapatero não é um tirano como Chávez, Ditador da Venezuela, nem um assassino como Antíoco. Mas, como os outros dois, alimentou desprezo pelas coisas de Deus. Em comum eles têm a experiência da fugacidade da vida e dos projetos humanos. Os homens, senhores dos planos, iludidos no pensamento de serem os donos da vida e da morte!

Que será deles diante do tribunal do Cristo juiz? Que dirão, como se haverão diante do Cordeiro de pé como que imolado, Senhor do cosmo e da história, Senhor da nossa vida, ele, através de quem e para quem tudo foi criado no céu e na terra?

Atentos, meu Leitor, você e eu! Atentos, nós! Porque a vida passa, porque tudo de deteriora, se estiola e caminha para o pó e a cinza! O que permanece, o que fica, o que dura para a eternidade? O amor a Deus e aos irmãos e os seus frutos!

Que a festa de Cristo Rei nos ajude a compreender que reinar de verdade é servir ao Senhor e nele colocar a esperança e o sentido da nossa vida! Pense nisto!

Bom Domingo! Boa Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do universo!

Este artigo foi extraído do Blog de Dom Henrique Soares da Costa, bispo auxiliar de Aracaju

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