FESTA DE NOSSA SENHORA DO AMPARO, PADROEIRA DA DIOCESE, REÚNE MILHARES DE PESSOAS


            Como em todos os anos, a partir do dia 23 de dezembro à 1º de janeiro, na Catedral Diocesana, a comunidade católica de Palmeira dos Índios rende louvores à sua padroeira, Nossa Senhora do Amparo, que também é padroeira da Diocese.
Com o novenário preparatório, a comunidade refletiu, durante todas as noites de novenas e no dia da festa, o seguinte tema, já tendo em vista as comemorações do Jubileu de Ouro da Diocese: “Maria, Mãe da Igreja, a ‘Mulher Eucarística’, nos convida a prepararmos o grande Jubileu de Ouro da criação da Diocese em 2012”.
            No dia 1º, o Bispo Diocesano, Dom Dulcênio Fontes de Matos, presidiu a Missa Solene que foi concelebrada por Dom Hildebrando Mendes Costa, Bispo Emérito de Estância, pelo Padre Antônio Bernardo, Vigário Paroquial da Catedral, bem como pelo Clero e os seminaristas da Diocese de Palmeira dos Índios. Estiveram presentes na celebração milhares de fiéis provenientes de Palmeira dos Índios e região.
            Em sua homilia, Dom Dulcênio enfatizou a maternidade divina de Maria, já que, em toda a Igreja Universal, no dia 1º de janeiro, acontece a Solenidade de Maria, Mãe de Deus: “Em nossa Igreja Particular de Palmeira dos Índios, a Virgem Senhora Mãe de Deus é cognominada Nossa Senhora do Amparo, o que não ofusca a Maternidade Divina da Virgem Maria – antes, a endossa, já que a sua veneranda imagem, duas vezes secular, que vela deste altar como sinal de celeste intercessão, representa esta íntima ligação existente entre Maria e o Deus que ela, majestosa e humildemente, porta no seu braço. Caríssimos, a Senhora do Amparo é a Mãe de Deus. Sua imagem nos remete ao Natal, pois contemplamos uma Virgem parturiente que nos apresenta o seu Doce Rebento, Jesus, o Verbo Encarnado, fruto de uma intimidade espiritual de Maria e o Pai, bem como a eleição de Maria por Aquele que se dignou enviar o seu Unigênito. Na bi-secular imagem de nossa padroeira se acha representado um Divino Mistério que a Igreja não entende, mas piamente crê, e, por este motivo, se curva: uma criatura toda especial, é certo, mas criatura que carrega em seu braço, como que em acalanto, o seu Deus, Senhor e Criador, já que “Por ele tudo foi criado” (Col 1, 16). Que admirável e insondável mistério, meus irmãos! […] Maria-Mestra, a Senhora do Amparo, carrega a Graça-Jesus e a apresenta para nós, filhos pelo Filho, como nos rememora a Carta aos Gálatas. Maria, portadora da Graça Singular, e, por isso Plena de Graça, acopla o seu singelo e doce nome ao Nome do Filho. […] Para nós católicos, o bem-aventurado nome da bendita Virgem Maria é uma espécie de prefixo que nos remete ao Salvador. Sim, Maria melhor do que ninguém sabe da carga máxima de sentido que o nome de seu Adorável Filho possui. Jesus significa “Deus salva”. Nome e missão se coadunam. E o Evangelho de hoje tem por desfecho: “Quando se completaram os oito dias para a circuncisão do menino, deram-lhe o nome de Jesus, como fora chamado pelo anjo, antes de ser concebido” (Lc 2, 21). Portanto, se no dia 25 de dezembro comemoramos e vivenciamos litúrgica e misticamente o Nascimento do Filho de Maria, o Verbo eterno do Pai, o Salvador do gênero humano, hoje, primeiro de janeiro, litúrgica e misticamente vivenciamos a imposição do nome Jesus sobre o Menino do Presépio, designação que reflete a sua missão recebida do Pai antes de todos os séculos, eternamente presente no desígnio divino. […]Maria é instrumento de Deus que, dentre tantas formas, acena para o Filho. Ao impor o nome em seu Rebento, ela o manifesta, apontando o seu poder salvador para o mundo. O que antes estava escondido e velado no seio da Trindade, ou seja, o rosto salvador do Verbo, Maria nos apresenta, pois ela O recebeu do próprio Deus por meio do Anjo: “Eis que conceberás e darás à luz a um filho, e o chamarás com o nome de Jesus” (Lc 1, 31). Maria, cujo nome significa “amada” apresenta-nos a Salvação, tal como se nos presta a sua imagem a quem, em um profundo misto de carinho filial e devocional, apelidamos “Senhora do Amparo”. Ela expõe o seu “Jesus, Salvador dos Homens”.
            Se temos diante de nós esta figura de Maria, que não apresenta ao mundo apenas o nome divino, mas o traz corporalmente demonstrando-o ao mundo, qual relação poderíamos fazer da Soberana Senhora com a Igreja? Se em Maria, o Senhor torna-se corpo, na Igreja temos o corpo do Senhor, pois ela é o “Corpo Místico de Cristo” (1Cor 12, 12) do qual somos membros. Maria não carrega apenas em si o Nome do Senhor, mas leva, em seu imaculado ventre para isso preparado, o Verbo Encarnado; a Igreja não apenas fala de Deus ou do seu nome, mas ela o gera através dos sacramentos para o mundo. Tanto é grande a ligação existente entre Maria e a Igreja que o Apocalipse já vislumbrava: “Apareceu em seguida um grande sinal no céu: uma Mulher revestida do sol, a lua debaixo dos seus pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas. Estava grávida e gritava de dores, sentindo as angústias de dar à luz” (Ap 12, 1-2), e ainda: “Ela deu à luz um Filho, um menino, aquele que deve reger todas as nações [pagãs] com cetro de ferro. [Mas seu Filho] foi arrebatado para junto de Deus e do seu trono” (Ap 12,5). A Igreja é como Maria: uma Virgem desposada com o seu Deus e o apresenta para o mundo”.
            Ao término de sua pregação,D. Dulcênio fez uma relação entre a Virgem Maria e a nossa Igreja Particular: “Neste ano de 2012, a nossa Diocese, parcela da Igreja Universal, completará o seu Jubileu Áureo. Cinqüenta anos manifestando Jesus neste agreste e sertão alagoanos. Cotidianamente, pelos seus ministros e fiéis, seja pela liturgia seja pela caridade, a Igreja está prenhe de seu Deus e o dá ao mundo. O “Admirável intercâmbio” também acontece aqui: a Igreja, por meio de seus filhos, se dá ao Pai, e, desta entrega oferente, recebe o Filho que é doado pelo Pai, ao tempo em que este se imola e se entrega ao Pai pela Igreja, e com este ‘divino comércio’, Jesus, pela Igreja, dá “Vida ao mundo”. Quantos leigos, religiosos, sacerdotes e bispos doaram, como membros da Igreja-Esposa de Cristo, e, assim, o manifestaram ao mundo?”.
            Nesta celebração, por ocasião do Ano Jubilar, foi lido o decreto que nomeia a Sé Catedral como santuário para a concessão de Indulgências Plenárias. Logo após a Celebração Eucarística, aconteceu, pelas ruas do centro da cidade, a procissão com a imagem da padroeira.
            As festividades foram encerradas com a Bênção do Santíssimo Sacramento presidida por Dom Hildebrando Mendes Costa.



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