Papa Francisco e o Ano da Fé-


CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL
51ª Assembleia Geral
Aparecida-SP, 10 a 19 de abril de 2013
42/51ª AG(Com)
Papa Francisco e o Ano da Fé
11 de outubro de 2012 - 24 de novembro de 2013


1. Com a Carta Apostólica sob Forma de "Motu Proprio" Porta Fidei, de 11.10.11, o Sumo Pontífice Bento XVI proclamou o Ano da Fé, com o convite para "uma autêntica e renovada conversão ao Senhor, único Salvado do mundo" (6). As motivações para a proclamação deste Ano foram basicamente duas: o cinquentenário da abertura do Concílio Vaticano II e os vinte anos da publicação do Catecismo da Igreja Católica.
2. Aberto o Ano da Fé em Roma e nas Dioceses do mundo todo, o então Papa Bento XVI passou a abordar as diversas perspectivas da fé, quer em suas homilias e discursos, quer, principalmente, nas alocuções das audiências das quartas-feiras. Mesmo depois de anunciada a sua renúncia, as questões da Fé continuaram a ocupar sua atenção.
3. Com sua renúncia, não poucos se perguntaram: E agora? O Papa que for eleito, continuará a prestigiar a celebração do Ano da Fé? Uma vez eleito, o Papa Francisco assim se expressou aos Cardeais que o elegeram: "Partindo justamente do afeto colegial autêntico que une o Colégio Cardinalício, exprimo a minha vontade de servir o Evangelho com renovado amor, ajudando a Igreja a tornar-se, cada vez mais, em Cristo e com Cristo, a videira fecunda do Senhor. Estimulados também pela celebração do Ano da Fé, todos juntos, Pastores e fiéis, nos esforçaremos por responder fielmente à missão de sempre: levar Jesus Cristo ao homem e conduzir o homem para que se encontre com Jesus Cristo, Caminho, Verdade e Vida" (Audiência aos membros do Colégio Cardinalício - 15.03.13).
4. Em sua primeira Audiência Geral (27.03.13), o Papa Francisco apressou-se a afirmar: "Depois da Páscoa, retomaremos as catequeses do Ano da Fé". De fato, na semana seguinte (03.03.13), começou dizendo que "Hoje retomamos as Catequeses do Ano da Fé". Explicou, então, a expressão do Credo: "Ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras", ressaltando que a Morte e a Ressurreição de Jesus são exatamente o coração de nossa esperança. "E perguntou: Como não compartilhar com os outros este tesouro, esta certeza? Não é somente para nós, devemos transmiti-la, comunicá-la aos outros, compartilhá-la com o próximo. Consiste precisamente nisto o nosso testemunho."
5. Na audiência seguinte (10.04.13), quarta-feira passada, o Papa Francisco procurou responder a duas outras perguntas: "O que a Ressurreição de Cristo significa para nossa vida? Por que sem ela nossa fé é inútil?" Assim ele respondeu as duas questões: "Deus é nossa força! Deus é nossa esperança! (...) Nós mesmos devemos ter bem firme esta esperança e ser um sinal visível, claro, luminoso per todos."
6. Conclusão: o Ano da Fé, que ficou um pouco fora do foco da Igreja nos meses de fevereiro e março, continua a ser celebrado pela Igreja, a merecer de nós, em nossas Igrejas Particulares, o melhor de nossos esforços. Afinal, como nos lembrava, na Porta Fidei, o Papa Bento XVI: é preciso "redescobrir o caminho da fé para fazer brilhar, com evidência sempre maior, a alegria e o renovado entusiasmo do encontro com Cristo" (2).
Dom Murilo S. R. Krieger, SCJ
Arcebispo Primaz do Brasil

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