RETIRO DO CLERO DA DIOCESE DE PALMEIRA DOS ÍNDIOS

Dos dias 1º a 4 de julho, na Mariápolis/PE – esteve em retiro espiritual o clero da Diocese de Palmeira dos Índios. Sua Exª Revmª D. Dulcênio Fontres de Matos, Bispo Diocesano, convidou D. Delson, Bispo de Campina Grande, para conduzir os exercícios espirituais com o tema a Fé e o Sacerdócio, em consonância com o convite do então, Santo Padre, o Papa Bento XVI, ano passado.

Partindo do ponto de que a Fé é um compromisso com Jesus Cristo, pois é Ele o sustentáculo de nossa missão sacerdotal, fomos meditando sobre como o mundo, envolvido num relativismo sem precedentes, anseia pela clareza do que realmente é a Fé e de como os sacerdotes, homens de fé, se posicionam diante de tamanhas circunstâncias, visto que o mesmo é “retirado do meio dos homens, para servi-los nas coisas que são de Deus” (Hb 5). 
Nos alertava D. Delson de que urge ao sacerdote configurar-se cada vez mais a Deus, visto que age na pessoa de Cristo, cabeça da Igreja. Do cuidado de não ficar olhando para o passado ou sonhando-fantasiando com o futuro e perdendo a oportunidade única de santificar o Presente, envolvendo-o com o Amor de Deus manifesto na Pessoa de Cristo Jesus, Salvador do Mundo; é Cristo o movimento amoroso do Pai em favor da humanidade, que embora envolvida numa situação de pecado, ou seja, de imperfeição é profundamente amada por Deus.

O sacerdote não estando acima dos homens, pois trás em si também a necessidade de salvação, dá o testemunho de ter sido atraído por Deus; sua entrega sem reservas dá testemunho ao mundo de uma vida plena que sem o saber este mesmo mundo deseja. O sacerdote constrói a sua vida num encontro-relacional com Jesus Cristo e por Ele direciona suas opções nem sempre compreendidas e até muitas vezes combatidas. Sua força vem de, apesar da fragilidade humana, tornar-se voz de Deus que, ao Encarnar-se, quis claramente viver a vida humana e, assim, restituí-la à santidade. 

O Cristo-Palavra, uma vez assimilado pelo sacerdote é alimento para sua vida e para o mundo; nesta vivência de comunhão é que percebemos o que significa ser Igreja; um discipulado no amor; vivência que faz desabrochar a vocação primeira, a de ser e entender-se como família de Deus; esta comunhão gera a unidade que o mundo tanto deseja ver naqueles que proclamam o Cristo como Verdade Absoluta.

Embora vivendo num mundo cheio de dúvidas a fé do sacerdote está na certeza de que o Deus que sustenta a Igreja é o mesmo que sustenta o sacerdócio; que o mesmo Deus que fez dele pontífice lhe dará também o dom da humildade, para que a exemplo de João Batista, Cristo cresça enquanto o sacerdote diminua, estando aqui a satisfação plena do servir-sacerdotal; é lavando os pés dos discípulos que Jesus indica o caminho de entrar em comunhão com Ele e abre àqueles que o acompanham a porta do coração para o que mais adiante os Apóstolos viverão sob o nome de Eucaristia.

De tal modo fé e Eucaristia permeiam a vida do sacerdote que quanto mais a Cristo se entrega; quanto mais sua vida e a vida do mundo são apresentadas diariamente, na Eucaristia, esta se torna o ligame entre Deus e os homens e dos homens entre si; a força do alto a socorrer a pobreza da humanidade; a luz a guiar nossas atitudes e esforços para o bem comum e a alegre esperança do banquete futuro que nos espera na casa do Pai.

Uma vez terminado o retiro e voltando às nossas atividades de servos do Senhor, aqui ficam os nossos agradecimentos a Deus, à Igreja – por nos orientar nesse Ano dedicado à Fé – a D. Delson, pela disponibilidade e generosidade e a nosso Bispo D. Dulcênio pela paternal convivência.




































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