ABERTURA DA CAMPANHA DA FRATERNIDADE EM PALMEIRA DOS ÍNDIOS
Lema: “É para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5,1).
Tema: Fraternidade e tráfico humano
É Quaresma!
Mais uma vez, a Igreja Católica no nosso país procura fazer um gesto concreto,
diante das inúmeras necessidades do homem de hoje. Há 50 anos, a Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) repete esse gesto nobre e evangélico. No
entanto, muitos de nós ainda não nos convencemos da importância de tal
iniciativa, ainda não nos convertemos à comunhão, a mais bela vocação da
Igreja. Muitos de nós somos capazes de ler todas as encíclicas papais (desde
que o papa nos agrade!), todos os documentos das congregações romanas. E nos
orgulhamos disso, porque estamos convencidos de estarmos entre os melhores católicos
do mundo. Mas, diante das iniciativas da Igreja do nosso próprio país,
manifestamos pouco ou nenhum interesse. A CNBB só publica “besteiras”, dizem
alguns preconceituosos e ignorantes.
Mas, graças a
Deus, também há aqueles que se interessam pelas iniciativas da CNBB, pelas suas
publicações, pelas suas orientações. Assim, na quarta-feira 12/03, a Diocese de
Palmeira dos Índios fez a sua abertura oficial da Campanha da Fraternidade
2014, que aconteceu no Centro de Treinamento Pastoral Pio XII. Lá estávamos
nós, parcela do Povo de Deus da nossa querida e amada diocese. Foi um dia de
oração, de reflexão, de convivência fraterna, de muito aprendizado. Em momentos
assim, manifesta-se claramente aquilo que a Igreja é de fato: comunhão – bispo,
presbíteros, leigos e leigas; pastor e rebanho.
O nosso bispo,
Dom Dulcênio Fontes de Matos, deu início aos trabalhos desse dia, com um
discurso sobre o sentido da Campanha da Fraternidade 2014. O tráfico humano é
uma “privação da
liberdade de outrem”, disse ele. Dom Dulcênio também falou sobre o
fundamento teológico da Campanha: “Deus cria o homem à sua imagem e semelhança”, por
isso o ser humano possui “uma dignidade inalienável”. Em seu discurso
introdutório, o nosso bispo foi ainda mais longe: “quando estamos em Deus,
quando somos realmente livres, somos empecilhos, obstáculos para a propagação
do reino de morte, do reino de não-vida, do reino de escravidão por ser o reino
do pecado, do mal”. Assim, iniciamos a abertura da Campanha da Fraternidade em
nossa diocese.
De manhã,
foram apresentados quatro temas: “Tráfico de órgãos” (Prof. Dr. José Alves de
Oliveira Neto); “Tráfico de crianças e adolescentes” (Prof. Jefferson de Souza
Farias da Costa); “Trabalho escravo” (Prof. José Moisés de Oliveira Silva) e
“Tráfico de mulheres” (Profª Júlia Sara Acioly). Depois das apresentações dos
temas, altamente qualificadas e enriquecedoras, houve um espaço para perguntas,
favorecendo o debate em torno do tema “Fraternidade e tráfico humano”. Somos
gratos a cada um desses professores, por contribuírem para a nossa formação
cristã. À tarde, o Pe. Motinha fez uma brilhante conferência de apresentação do
Texto-Base da Campanha da Fraternidade 2014. Depois da apresentação, os
presentes fizeram algumas propostas, a fim de colocarmos em prática aquilo que
foi refletido e debatido. A abertura da Campanha da Fraternidade 2014 na nossa
diocese foi concluída com a Santa Missa, em ação de graças por todos os
momentos vivenciados nesse dia.
“Peçamos ao
Senhor a graça de chorar pela nossa indiferença, de chorar pela crueldade que
há no mundo, em nós, incluindo aqueles que, no anonimato, tomam decisões
socioeconômicas que abrem a estrada a dramas como este” (Papa Francisco, Homilia, Lampedusa/Itália, 08/07/2013).
Como homens e mulheres livres, façamos a nossa caminhada quaresmal, na
esperança de participarmos da vida nova, dom do Senhor Ressuscitado oferecido a
cada um de nós.
Diác. Bruno Igor Oliveira Cavalcante
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