MÊS DE MARIA

          




Estamos no mês de maio, mês de Maria. Todos nós, devotos de Nossa Senhora, Mãe de Jesus e Mãe nossa, queremos prestar a devida homenagem àquela a quem chamamos de primeira cristã.
          A Mãe do Senhor! Ela é de fato a Mãe do Senhor! A jovem mãe em que Deus fez grandes coisas, de inicio através dela, do seu Sim, a história passa de uma para outra era, do Antigo Testamento para o Novo.
          O papel de Maria foi igual ao de João Batista e ao dos Apóstolos. Estes pregaram, Maria não pregou, mas ela está totalmente envolvida nos acontecimentos, com toda sua personalidade. Os evangelhos apontam: “Conservou no seu coração” os fatos salvíficos e ‘ meditou sobre eles” (Lc 2,19-51). Foi ela que “acreditou” (Lc 1,45). Na tradição dos Padres “ela concebeu-o primeiro na mente, depois no ventre”. O nosso caminho, a nossa veneração por Maria Santíssima, tem sentido por causa de seu lugar particular no mistério do Filho de Deus, Jesus Cristo. Logo, a nossa devoção à Virgem Maria é perfeitamente evangélica.
          Lembro-me do meu tempo de criança e de jovem, na cidade de Lagarto, em Sergipe, minha terra natal, quando durante o mês de maio, saíamos de nossas casas para prestarmos as devidas homenagens à Mãe de Deus. O povo fiel procurava a Igreja, onde desejava ver, ouvir e sentir as melodias da Virgem, no seu altar adornado com flores naturais perfumadas, para prestar a homenagem e manifestar a confiança de filhos. Guardo no meu coração esta lembrança até hoje. Quando Pároco das duas únicas cidades por onde tive a graça de exercer o meu ministério sacerdotal, Umbaúba e Estância, no Estado de Sergipe, fiz de tudo para manifestar através das celebrações do mês de maio, junto com o povo de Deus, o mesmo que vivenciei na minha infância e juventude, pois sou grato a Nossa Senhora da Piedade, padroeira da minha cidade onde nasci e vivi os meus primeiros anos de vida, a minha vocação ao sacerdócio. Foi através Dela do seu exemplo de fidelidade a Deus, que procurei me espelhar no amor e fidelidade a Jesus.
          Por que reservar tanta atenção à Maria Santíssima? Porque ela é a Mãe de Deus e nossa Mãe. “Jesus, então, vendo sua Mãe e, perto dela, o discípulo a quem amava, disse à sua Mãe: Mulher, eis o teu filho!” Depois disse ao discípulo: “Eis a tua mãe...” (Jo 19, 25-27). João era o discípulo amado, naquele momento em que se encontrava ao pé da cruz, representava toda a humanidade.
          Em nossa homenagem a Maria, não podemos esquecer-nos de pedir pelas as famílias. São muitos os lares em que as drogas e a impiedade estão penetrando. Rezemos, porque a Virgem Maria é exemplo de mansidão, fidelidade e compromissos com a evangelização dos povos. Rezemos por nós mesmos, que precisamos guardar a fidelidade aos compromissos do Batismo fazendo com que o mundo se torne mais justo e mais fraterno.
          O Mês de Maria é sobretudo o mês de evangelização. Ninguém conheceu Jesus, nem mais nem melhor do que Maria Santíssima. Além de tudo, Ela experimentou, com seu Filho, todas as provações. Como Mãe de Deus, ela recebeu o título de Mãe das Dores.
          Que a Mãe de Deus, e nossa Mãe, nos ensine a vencer as tentações.
          “Vela por nós, filhos teus,
          Mãe de Jesus, nossa Mãe!
          Tu podes, és Mãe de Deus,
          Tu deves, és nossa Mãe” (Estrofe portuguesa do Sameiro e de Fátima).

Dom Dulcênio Fontes de Matos
Bispo de Palmeira dos Índios
          


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