UMA PARTÍCULA DENOMINADA PARÓQUIA
Guiados pela temática “Comunidade de Comunidades: uma
nova paróquia”, sob a luz do Espírito Santo, que rege a Igreja nas sendas da
história, realizamos a Assembleia Diocesana de Pastoral dos dias 21 a 23 de
novembro de 2014, no Centro de Treinamento Pio XII, em Palmeira dos Índios- AL.
Assessorados por alguns dos sacerdotes de nossa Diocese, com a presença maciça
do clero e das representações de cada paróquia através também de fiéis leigos,
reunimo-nos tendo uma tripla finalidade: a primeira, avaliar os passos que
demos no ano de 2014; a segunda, planejar o ano de 2015; e, a terceira, estudar
e discutir a aplicabilidade do ‘Documento 100’ da CNBB, cujo cerne intitulou
esta mesma Assembleia.
Na sua 51ª Assembleia Geral, que aconteceu no ano de
2013, os Bispos do Brasil ponderaram sobre a urgente necessidade da renovação
das nossas paróquias, fazendo com que estas primem por uma verdadeira conversão
pastoral e uma nova dinâmica missionária das nossas comunidades de fé, como nos
diz o Documento de Aparecida. Se por conversão subentendemos um processo de
mudança permanente, somos chamados a abandonar a prática de velhas estruturas,
que não respondem mais às necessidades do hoje no tocante ao anúncio de Nosso
Senhor Jesus Cristo. Para tanto, faz-se mister uma pastoral eminentemente
missionária. Por entendermos que esta constatação do episcopado brasileiro
reflete a atualidade da Igreja Particular de Palmeira dos Índios, decidimos
contrastar-nos também para, neste mesmo processo de conversão, tornar o
‘kerigma’ do Senhor mais eficiente e eficaz no coração dos nossos diocesanos.
Mais do que uma rede de comunidades interligadas, a ideia
de Paróquia como comunidade de comunidades, perpassando toda a História da
Igreja, é, desde o início do cristianismo, uma tentativa de irmanar pessoas,
famílias, patrícios em torno da cruz redentora do Senhor. Não num ajuntamento
de qualquer espécie, mas num familiarizar-se, num sentir-se próximo ao próximo
pelo “Próximo”. Assim sendo, a novidade de a Paróquia estar achegada aos seus
habita na antiguidade da vida Igreja, onde “os fiéis eram um só coração e uma
só carne” (At 4,32), muito embora este termo ‘paróquia’ não estivesse tão
esclarecido ou ainda fosse desconhecido.
O próprio Senhor nos garantiu a força da vida em comunidade: “Porque
onde dois ou três estão reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles” (Mt
18,20). A partir da vida familiar (onde se vê delineada a ‘Igreja doméstica’)
ampliando-se em dimensões multitudinárias, a Igreja, em sua célula jurídica e
pastoralmente menor – como se constitui a paróquia –, é uma comunidade
cristocêntrica e aberta ao outro por não se fechar ao “Outro”.
Entretanto,
nunca estaremos suficientemente prontos, num sistema hermeticamente satisfeito.
Sempre é possível fazer mais no que se refere às práticas para uma paróquia
como um mosaico de comunidades de diversos âmbitos que se imbricam, se reúnem e
compartilham entre si. Se ficarmos somente em teorias, pecaremos por comodismos
e por omissões. Com esta visão, é que tentaremos revisar algumas estruturas,
bem como implementar outras no afã de minimizar possíveis empecilhos à vida
paroquial conjugada entre os mais diversos fiéis com os seus respectivos pastores.
Por isso, tratamos nesta Assembleia acerca da Pastoral da Acolhida, da formação para os
Secretários Paroquiais e da Escola Catequética.
Sinceramente, como
Pastor Diocesano, cordialmente almejo que esta 32ª Assembleia Diocesana de
Pastoral possa render um fruto especialíssimo, de agradável e perene degustação
interior que se espraia para o cotidiano da caminhada na fé da Igreja: a
consciência do ser e do viver em paróquia, com o dinamismo sempre novo e atual
do Espírito Santo. Que ele nos auxilie com as suas luzes para empreendermos tão
grande e nobre missão pastoral.
Por Dom
Dulcênio Fontes de Matos
Bispo de Palmeira dos
Índios
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