FAMÍLIA, CONSCIÊNCIA DE QUEM É
Caros amigos,
Tradicionalmente, principiando com o Dia dos Pais, no
vocacional mês de agosto, a Igreja no Brasil celebra a Semana Nacional da
Família. No intento de fomentar a catequese familiar, foi escolhido para este
ano a temática: “O amor é a nossa
missão: a família plenamente viva”. Entretanto, sempre se faz iminente a
salutar preocupação dos fieis e pastores da 'Senhora Mãe Católica' acerca da
instituição familiar, tão ferozmente ameaçada na atualidade.
O Sínodo sobre as Famílias, ineditamente dividido em
duas seções, tratará das realidades que assolam-nas, refletindo todo emaranhado
que permeia a sociedade. Para confirmar na fé o rebanho de Cristo, o Papa
Francisco não se tem negado em discorrer nas catequeses semanais das
quartas-feiras sobre os desafios da família hodierna. Tal atitude do Romano
Pontífice remete-nos às dos seus predecessores, especialmente dos Papas Pio
XII, Beato Paulo VI, São João Paulo II e Bento XVI.
A família não é um aglomerado de pessoas. Definições
pertinentes foram dadas pelos zelosos pastores no decorrer da bimilenar
história da Igreja - principalmente nestes dois últimos séculos -, que visam
relembrar à família cristã a sua real e perene identidade. Destaco aqui o que o
Concílio Vaticano II aludiu dentre outras preciosidades: a família é a Igreja
doméstica; é Santuário da Vida. Esta certeza delineada pelos Padres Conciliares
foi antecipadamente afirmada pelo Servo de Deus Pio XII: a família é a Igreja.
Com este mesmo intento, percebemos que a Igreja é o
lugar da festa da fé em Cristo Jesus; é o lugar do encontro com Ele e com os
irmãos. Na Igreja doméstica deveremos reproduzir o que vivemos de maneira
maximizada na comunidade eclesial. Aqui, o Papa Francisco pontua: a festa é
“tempo de dirigir um olhar amoroso e agradecido a tantas realidades que nos
circundam: os filhos, os netos, a nossa casa, os amigos, a nossa comunidade”.
Viver a festa da fé na vida familiar é convite premente e honroso para a
vivência do diálogo que fecundará os relacionamentos familiares, à luz da
novidade do Evangelho. E continua Francisco, apontando para a 'festa' familiar:
é "tempo do encontro com Deus".
A Eucaristia é forte aliada para a solidificação da
identidade familiar. "Na Eucaristia dominical, Jesus nos dá a sua
presença, o seu amor, o seu sacrifício, transfigurando todas as realidades, a
começar pela própria vida familiar”. Com este pensamento de Francisco, lanço um
convite que deverá se tornar irrecusável conforme a sensibilidade de cada um:
que tal redescobrir-se família, descobrindo, em casa e na Igreja, a Pessoa e a
ação de Jesus? Seja na oração doméstica, seja na eucarística, a sintonia com
Deus propicia ao homem o conhecimento do seu ser individual, religioso, social,
e, portanto, familiar, já que esta dimensão humana é 'célula-mater da
sociedade'.
O convite está lançado: conheçamo-nos e degustaremos
do tesouro de viver o dom de uma família consoante ao coração amoroso de Deus.
Dom Dulcênio Fontes de Matos
Bispo Diocesano de Palmeira dos
Índios
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