‘EU QUERO SER PADRE’
Dom Dulcênio e os seminaristas da Diocese (faltam alguns e dois desistiram)
Joelder Pinheiro Correia de Oliveira*
Intentamos com o presente artigo
esboçar sobre a vocação sacerdotal, a vida de formação no seminário e, num
terceiro momento, tratar de modo mais singular sobre o trabalho vocacional realizado
na Diocese de Palmeira dos Índios.
Numa sociedade altamente
secularizada e marcada pela enorme ferida do confuso indiferentismo religioso,
parece estranho para muitos ouvir essa pequena e radical frase pronunciada por
muitos jovens: “Eu quero ser Padre”. Mas, o que é mesmo ser Padre? É lastimável
quando se pensa que o sacerdócio é mais uma profissão como outra qualquer, ou
que o padre é um simples animador de comunidade, ou então que é um solteirão
frustrado que só aí encontrou refúgio. Em oposição a estes pensamentos
corrobora São João Maria Vianney: “Se compreendêssemos bem o que um padre é
sobre a terra, morreríamos: não de susto, mas de amor”.
Com a ordenação sacerdotal, o homem chamado
por Deus na comunidade é configurado ao Cristo Sacerdote e Esposo da Igreja,
uma mudança não só hierárquica, mas essencial. Por isso se diz SER padre, pois ele
não o é só em alguns momentos ou em alguns lugares, mas sempre e em toda
situação. De fato, o padre é ‘alter Christus’
(outro Cristo), pois nele deve se concretizar plenamente e de modo muito ímpar
o que disse São Paulo: “Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim”
(Gl 2, 20), em outras palavras: todas as dimensões da vida do sacerdote devem
refletir sua íntima comunhão e “profunda amizade com Cristo” (DMVP 44).
Sendo assim, o sacerdote, configurado a
Cristo, deve portar-se como o seu Senhor e ser sinal de vida orante, íntegra e virtuosa,
diríamos mais, ser um oásis ante um mundo totalmente sedento de sentido e
carente de sinais, ser verdadeiramente pai e pastor de seu rebanho e entender
que a fecundidade de seu ministério consiste em entregar sua vida totalmente,
com liberdade e alegria, tal “como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela”
(Ef 5, 25).
Entretanto, ‘o padre não desce
pronto do céu escoltado por anjos’, não! É um ser humano como qualquer outro,
com suas fragilidades e ânsias, sonhos e esperanças. Neste sentido, o período
formativo no seminário é importantíssimo, pois é o tempo do aprimoramento
intelectual, da lapidação afetiva, do crescimento espiritual, da ‘gestação’ do
futuro sacerdote. É no seminário que o futuro presbítero é forjado, para que em
sua vida se manifeste o imenso amor de Deus pela criação, sendo ele
continuador, no hoje de nossa história, da única redenção operada por Cristo.
Um bom número de jovens manifesta o
desejo de ser padre na Diocese de Palmeira dos Índios, atualmente somos 28
seminaristas cursando o propedêutico, filosofia ou teologia, nos seminários de
Palmeira dos Índios, Maceió e Aracaju. Há também candidatos para ingressarem no
ano de 2016. Grande tem sido o empenho do senhor Bispo, do Clero e dos fieis
para manutenção dos seminaristas, tendo em vista que é bastante dispendiosa. Aproveitamos
para manifestar nossa imorredoura gratidão a todos àqueles que acompanham nossa
formação com fervorosas e piedosas orações e, outrossim, que colaboram com a OVS (Obra das Vocações
Sacerdotais) em nossa Diocese.
Por fim, quanto mais íntimo ao
Senhor mais fiel será o sacerdote ao seu ministério e à Igreja; quanto mais
convicto e coerente for o seminarista mais sincera será sua formação; quanto
mais fervorosa for a oração dos fieis pelas vocações sacerdotais maior o ânimo
espiritual no caminho. E assim, todos, pastores e rebanho, como Igreja,
peregrinamos pressurosos quais estrangeiros na terra rumo à pátria definitiva
no céu (Fl 3, 20-21).
*Seminarista do 1º ano de teologia
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