SEMANA SANTA: CELEBRAÇÃO DO MISTÉRIO CENTRAL DA NOSSA FÉ
A Semana Santa é considerada por nós cristãos católicos
a grande semana, pois nela celebramos o mistério central da nossa fé: a nossa
redenção, através da paixão, morte e ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Nesta semana sobressai o chamado Tríduo Pascal, que tem o seu início na tarde
da quinta-feira santa, com a missa na Ceia do Senhor e seu término na tarde do
domingo de Páscoa, dias em que é revivido mais intensamente, por meio de
solenes ritos litúrgicos, o dom da salvação do gênero humano.
Conforme o costume em todas as Igrejas catedrais, na
manhã da quinta-feira santa celebra-se a chamada Missa Crismal, nela todos os sacerdotes unidos ao bispo renovam as
promessas sacerdotais proferidas no dia da ordenação, como também são
abençoados os óleos do batismo e dos enfermos e consagrado o óleo para o Santo
Crisma. “Estes são ritos com os quais simbolicamente significam a plenitude do
Sacerdócio de Cristo e a comunhão eclesial que deve animar o povo cristão.”
(Bento XVI).
Na catedral em Palmeira dos Índios, Dom Dulcênio
Fontes de Matos celebrou esta solene Eucaristia unido aos padres diocesanos
como também a alguns religiosos, seminaristas e centenas de fiéis. O senhor
bispo na sua homilia ressaltou o sacerdote como “Ministro da Misericórdia
Divina” e como alguém cujo sacerdócio tem sua raiz no próprio Cristo Jesus,
desta forma estando unida a fraqueza ontológica dos ministros a este dom, os
gestos, atitudes, palavras e pensamentos destes são “tradução do Cristo Bom
Pastor, Sumo e Eterno Sacerdote” e assim, sendo guardiões das Palavras de
Cristo e imitadores de suas ações são constituídos curadores de almas:
curadores porque a eles são confiados os filhos da “Mãe Católica”; curadores,
porque inspira a ideia de serem, os sacerdotes ministeriais, em Cristo Jesus,
seus médicos e mentores.
Início do Tríduo
Pascal
Quinta-feira santa, às 17h na catedral diocesana
deu-se início o santo Tríduo Pascal com a Santa Missa na Ceia do Senhor. Na
homilia Dom Dulcênio apresentou o que a Igreja comemora com esta celebração. E
assim se expressou: “Creio que este dia de hoje poderia ser chamado de ‘magno
dia dos dons’, onde Cristo abre, em íntima consonância com a Sua Cruz, seus
infinitos tesouros, a Sua herança de amor. Para ideia, valho-me das três
instituições do Senhor como legado em prol de Sua Igreja: hoje, Nosso Senhor
Jesus Cristo, deixa-nos o magnífico bem da eucaristia pelo memorial antecipado
em um primeiro momento pela Santa Ceia, e perpetuado na história e na vida da
Igreja pela Santa Missa e a partir dela; hoje, Jesus institui o Sacramento da
Ordem Sacerdotal porque já concebia como desígnio eterno que para a perpetuação
do mistério de Sua cruz pelo augustíssimo Sacramento do Altar, se submeteria
livremente a homens que, por meio de palavras e atos sobre o pão e o vinho,
transformaria o que eram figuras em realidades mesmas de Deus, de Sua presença
no Seio da Igreja pelos séculos de maneira acessível; e por fim, hoje, Jesus
institui o mandamento do amor como serviço a Deus pelo próximo. Eis a grande
herança, o grande testamento de Cristo aberto para nós.”
Depois
da homilia procedeu o lava-pés e depois da oração pós-comunhão houve o
translado do Santíssimo Sacramento para o altar da reposição onde muitos fiéis
vigiaram na presença do Senhor até as 22h.
Sexta-feira Santa, às
15h, em silêncio diante do Senhor pregado na cruz, teve início a celebração da
Paixão de Nosso Senhor, com a prostração. Após a narração da Paixão o senhor
bispo iniciou sua homilia dizendo: “Nesta sexta-feira da Paixão, nos detemos na
cruz de Jesus. A cruz é o lugar do ‘duelo maravilhoso’ travado entre a vida e a
morte, entre o amor e o ódio, entre o fazer a própria vontade e o doar-se
completamente. A vitória da morte é só aparente. Aqui na cruz de Jesus, temos a
certeza da vitória definitiva da vida, da vida plena que Ele quer nos dar. A
Cruz é a manifestação final e definitiva de um amor mais forte, mais intenso.
Vemos na cruz o símbolo de um amor que transforma o horror em beleza e denuncia
o pecado e o perdoa. Cristo revela a prova definitiva de amor que a humanidade
pode e deve ter ao seu Deus. Quanto mais buscarmos o mistério da Cruz, mais
iremos perceber a importância do amor de Deus, e mais nós iremos transmitir
isso aos demais irmãos.” E ao final convida a todos a olharem outra perspectiva
de vida e diante de sinais de morte: as drogas, o egoísmo, a corrupção...
Aliviar a dor do irmão que sofre, pois poderá ser para ele sinal de
ressurreição de vida e de esperança. Após a homilia de forma solene fora
realizada a Oração Universal, e em seguida a adoração da santa cruz, neste ato
não se adora o madeiro, mas sim o mistério que nele se encerra: o dom total de
Deus que por amor oferece-se a si mesmo para que os homens tenham vida. Dada a
bênção sobre o povo, houve a tradicional procissão com a imagem do Senhor
morto. Com a celebração da Paixão encerra-se o primeiro dia do tríduo pascal.
Ao pôr do sol da sexta-feira tem início o segundo
dia do sagrado tríduo, o dia da contemplação do Senhor que dá a vida por
aqueles no meio dos quais fora crucificado, que “para nos elevar ao que é seu,
desceu ao que é nosso” (São Leão Magno). É o grande sábado Santo, sábado do
silêncio. Depois do pôr do sol do sábado tem início o terceiro dia do tríduo
que vai até à tarde do domingo de Páscoa.
Ao terceiro dia do tríduo pascal, às 21h de frente a
catedral teve início a solene Vigília Pascal, com a bênção do fogo novo e a
fixação dos cravos no círio pascal, sinal e imagem do Cristo Ressuscitado. Dom
Dulcênio inicia a sua homilia de maneira enfática: “Tudo está consumado! Até
mesmo a morte! É Páscoa! Os braços de Jesus pregados na cruz permanecerão
sempre abertos para acomodar todos os desesperados, fiéis e infiéis. O seu
coração traspassado jamais fechará a qualquer sofrimento... Nenhum sofrimento
será estranho a Ele. Jesus ressuscitado nos lembra que devemos voltar nossos
olhos para os ‘anos eternos’ à frente de nós, que nos esperam e que aqui
estamos caminhando em direção a outro lugar, enquanto se aguarda o passo à
nossa última Páscoa, quando terminará o nosso exílio aqui na terra, para
transferir-nos permanentemente para a Casa do Pai” e continua, “Jesus Cristo
vive, é de fato e verdadeiramente O Vivente! É uma realidade histórica! Não é um símbolo ou um mito ou uma
lenda...” e encerra, “Que o mundo ouça essa verdade: Ele ressuscitou! Por isso, temos fé na Sua presença viva em
nosso meio, pelos sacramentos, de modo particularíssimo na Eucaristia, por sua
palavra e na presença do irmão, sobretudo daquele que o mundo põe à margem.”
Toda a celebração seguiu conforme o rito e após a bênção final entre brados de
Aleluia e cantos de júbilo o senhor bispo, o pároco da catedral, seminaristas e
demais fieis saíram pelas ruas louvando ao Senhor que Vive e Reina para sempre!
Seminarista Tácito
Seminarista Walter
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