Bispo de Palmeira dos Índios lança Carta Pastoral sobre a Euacarístia

                                                    D. Dulcênio Fontes Matos
                           
                  INTRODUÇÃO

         
A nossa Santa Igreja é, por natureza, jubilar. Mas, o que é jubileu? O termo “jubileu” designa um estado de alegria, realização. Tal sentimento a Igreja o encontra no mistério pascal oferecido por Jesus, Ele que é a fonte de todo o nosso júbilo, da nossa alegria.
          
  A Igreja, Esposa de Cristo, encontra Nele a sua feliz razão de ser, bem como uma jovialidade que lhe é peculiar, pois ela é governada pelo Espírito Santo, que a conduz nas trilhas, por vezes, inéditas, bem como historicamente possui um patrimônio de fé que ultrapassa dois milênios. Esta é a mesma Igreja que, celebrando a Santa Memória de Jesus, preparando a sua vinda: “Todas as vezes que comemos deste pão e bebemos deste cálice, anunciamos Senhor a vossa morte, enquanto esperamos vossa vinda”
           
O vocábulo “jubileu” também indica a celebração de uma data especialíssima, geralmente por ocasião de um aniversário. Pois bem, a partir do último vinte e um de agosto, próximo passado iniciamos um ano jubilar alusivo ao cinquentenário de criação da Diocese de Palmeira dos Índios. É o chamado Jubileu de Ouro Diocesano. Neste sentido, é que desde 2007 estamos nos preparando para esta data comemorativa. Para fazermos uma festa digna de tal passagem, é que iremos culminar o ano jubilar com o Congresso Eucarístico Diocesano.
           
Com este Congresso, queremos demonstrar, diante do próprio Jesus, nosso reconhecimento de que Ele, como Cabeça da Igreja, guiou os passos da nossa Diocese ao longo deste meio século sendo o artífice da nossa história, mesmo entre cruzes e vitórias. Com as suas diversas histórias, muitos homens e mulheres, independentemente das suas contribuições ou percalços para a vida da Igreja em nossas terras, contribuíram com o andar da História da nossa Igreja particular em seu meio século de existência.
           
Cinquenta anos é uma data singular! Por isso queremos celebrá-la, não somente com entusiasmo, mas, principalmente, estando aos pés de Jesus, escutando a sua palavra. É, pois, em torno da mesa eucarística que estaremos contemplando como os Divinos Mistérios se cruzam com os mistérios de nossa existência.
            
A Eucaristia é mistério. Por isso a Igreja proclama: “Eis o mistério da fé”. Não raramente, temos o pensamento de que a Eucaristia é mistério porque o milagre eucarístico em si é inexplicável à razão humana. Quem possui tal ideia, de per si, não está errado, já que absolutamente ninguém saberia dizer o que está por trás das mãos do sacerdote que, com as divinas palavras da consagração, transubstancia as matérias do pão e do vinho, no corpo e sangue de Jesus Cristo, nosso Senhor. A Eucaristia é mistério, não porque se pauta em uma ação humanamente incompreensível e divinamente possível, mas por conta da profundidade que tais palavras, gestos e atitudes deixados por Jesus e celebrados na missa possuem.
            
Como já afirmamos anteriormente, estamos vivenciando um Ano Jubilar. Com certeza, tal passagem não será, para nós, estéril: ela produzirá muitos frutos. Para garanti-los com maior profundidade, realizaremos em agosto do próximo ano o nosso I Congresso Eucarístico Diocesano. Passaremos uma semana mergulhados festivamente no mistério eucarístico através de estudos, conferências, celebrações cujo referencial será o Corpo e o Sangue do Salvador da humanidade.
          
Para estas atividades, nos norteará a temática “Ide... Ele vos espera”. Esta é ao mesmo tempo um envio missionário (Ide) e um prêmio (Ele vos espera). É uma emissão missionária porque, continuamente, somos chamados a dar razão de nossa fé (cf. 1Pd 3, 15) a fim de irmos ao encontro Àquele que “nos escolheu para si antes da criação do mundo” (Ef 1, 4), não sozinhos, mas atrairmos para Ele, por meio de um testemunho de vida autêntico de união com Ele, os que ainda se acham insensíveis à Boa Nova. É uma esperança porque na Eucaristia encontramos aquele que nunca se enfastia de nos esperar, e, assim, sempre nos atrai ao seu Coração. É no Pão e Vinho transubstanciados que contemplamos Jesus em toda a sua glória: a Missa é a concretização do Apocalipse, onde vemos o Cordeiro Imolado no Altar, cercado por uma multidão incontável de anjos e homens. 
Logo, podemos concluir fielmente ancorados na fé da Igreja que quando Jesus vier novamente no fim dos tempos, ele não terá uma só gota de glória a mais do que neste momento, nos altares e nos sacrários de nossas igrejas. Deus habita entre a humanidade agora mesmo, o Céu nos espera, a Missa nos espera, Jesus nos espera, pois a missa é o céu na terra. 

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