ERRADICAR A POBREZA: COMPROMISSO DE TODOS
Recentemente
a Organização das Nações Unidas (ONU) lançou os 17 Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável (ODS). Isto significa que nos próximos 15 anos os países devem
trabalhar seriamente para cumprir tais metas. O primeiro objetivo é:
erradicação da pobreza. O Brasil já deu passos significativos nos últimos anos
para combater a miséria extrema e a pobreza. Contudo, ainda falta um longo
percurso a fazer.
A pobreza
traz consequências para todos, mas especialmente para as crianças, que ficam
expostas à insalubridade, doenças, baixa escolaridade, falta de oportunidades
melhores de desenvolvimento e, em muitos casos, não recebem alimentação e
cuidados adequados. Mudar essa situação é compromisso de todos e envolve
poderes públicos, gestores locais, sociedade civil organizada, comunidades e
famílias. Todos devem se empenhar em promover vida digna para todos e criar um
ambiente favorável para que as crianças possam viver e se desenvolver
plenamente.
A seguir,
a entrevista com Clóvis Boufleur, gestor de relações institucionais da
coordenação nacional da Pastoral da Criança, explica mais deste ODS e do
compromisso das tradições religiosas para a erradicação da pobreza -
aproveitando esta Semana do Dia da Criança para refletir sobre como podemos
criar melhores condições de vida para todas as crianças.
Que consequências a pobreza traz para o desenvolvimento integral da
criança?
Hoje
temos conhecimento sobre como a privação de uma alimentação digna e nutritiva,
na gestação e nos primeiros anos de vida, afeta a saúde da criança para sempre.
Uma outra violência para a criança é a privação de oportunidades de conhecer,
de estudar, de brincar. Tudo isso pode influenciar a criança, e depois, como
adulto, ela vai ter menos condições de trabalhar e de ter renda e, com isso,
ela vai ter também uma condição de vida para a sua família menor que as outras
pessoas.
Quais são os avanços que os esforços inter-religiosos já trouxeram para
a melhoria da qualidade de vida das crianças?
A Rede
Global de Religiões tem feito um esforço por meio de diversas iniciativas. Por
exemplo: o Dia de Oração e Ação pela Criança; os cursos de educação étnica, para
as pessoas encontrarem melhor forma de convivência entre as diferentes
religiões; o lançamento do Dia Mundial de Combate à Pobreza, que é 17 de
outubro. Aqui, no Brasil, anunciamos vários eventos ligados ao Dia de Oração
pela Criança que trouxeram consequências bem práticas: menos violência nas
casas, mais diálogo, mais tempo com as crianças, nós produzimos a Oração pela
Criança. Esses são os frutos desse esforço inter-religioso que fazemos parte
como Pastoral da Criança.
Como as comunidades podem se unir às tradições religiosas para erradicar
a pobreza?
Atualmente
existem várias propostas. Uma delas é que é preciso organizar eventos de
comunicação e mobilização de lideranças religiosas para dar mais visibilidade
aos casos de extrema pobreza, nos próprios municípios. Depois, também é preciso
convocar as tradições religiosas e a sociedade para definir quais as ações para
combater, ali, na sua cidade, a pobreza extrema, especialmente aquela que
atinge as crianças. Terceiro lugar, é preciso incluir essas causas da pobreza,
relacionadas ao comportamento humano, às ofensas, à dignidade das pessoas.
Incluir isso nas homílias dos pastores, dos padres, dos bispos, para falarem
para os seus fieis sobre esse assunto.
Como a Pastoral da Criança colabora nesse processo da eliminação da
pobreza?
A
Pastoral da Criança partilha da visão de um mundo onde nenhuma criança vai
viver na pobreza. E nós agimos, todos os dias, para promover o cuidado, a
proteção da criança no seu ambiente familiar e apoiar as políticas de combate
às injustiças contra as crianças.
FONTE:
http://pastoraldacrianca.org.br/crianca/3784-erradicar-a-pobreza-compromisso-de-todos
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