NA ESCOLA DE MARIA

Nossa Senhora do Amparo, Padroeira da Diocese de Palmeira dos Índios

Joelder Pinheiro Correia de Oliveira*

            A Igreja dedica o mês de maio à Mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo e nossa, à Virgem bendita de Nazaré, Maria, por isso, intencionamos fazer uma reflexão sobre algumas das mais belas e fecundas virtudes desta que é a melhor pedagoga no caminho que conduz a Jesus.
São João Paulo II, na Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae, faz um convite muito veemente e oportuno aos católicos: “frequentar a ‘escola’ de Maria para ler Cristo, penetrar em seus segredos, compreender a sua mensagem” (n. 14), de fato, Maria, mesmo quando não entendia (cf. Lc 2,33), permaneceu no seguimento de seu Filho, desde o início de sua vida pública (cf. Jo 2,1-12; Lc 2,48) até a sua morte (cf. Jo 19,25-27), e mesmo após a sua ressurreição ela estava presente na Igreja (cf. At 1,14). Maria é um preclaro modelo de seguimento, uma indubitável e credível testemunha que orienta ao encontro com Jesus.
Apontaremos algumas virtudes de Nossa Senhora que nos ajudam a contemplar o seu amado Filho, pois a alegria da Mãe não pode ser outra senão ver seu Filho conhecido, amado e glorificado.
Maria nos ensina o silêncio: num mundo profundamente marcado pelas balbúrdias estéreis que desvirtuam as pessoas, a escola da Virgem nos ensina que o caminho do crescimento espiritual e humano é o do silêncio interior (Lc 2,51b) onde é possível ouvir com clareza a voz do Amado. Já no Antigo Testamento o profeta Elias deixava isso claro, não foi nas grandes manifestações do impetuoso furacão, nem do terremoto, nem do fogo, mas na singeleza agradabilíssima de uma brisa suave que ele ouviu a voz de Deus (1Rs 19,10ss). O silêncio de Nossa Senhora nos revela a beleza de seu ser, sendo capaz de dizer sim ao projeto de Deus para a sua vida (cf. Lc 1,49).
A Virgem Santa nos ensina a obediência: a obediência nasce da escuta atenta, cuidadosa, frutuosa. Diríamos, a obediência é o segundo passo do silêncio. Na escola de Nossa Senhora esse segundo passo é essencial: “Fazei tudo o que ele vos disser” (Jo 2,5), somente ouvindo a voz do Filho os homens poderão construir a sua vida na rocha da justiça, da verdade, da fidelidade (Mt 7,24), e assim palmilharem nas estradas do mundo rumo ao céu, onde chegarão ao estado do homem perfeito no Cristo. A obediência destrói o egocentrismo cego, a tibieza espiritual, o laxismo da consciência, pois o Senhor sempre nos impulsiona a lançar as redes em águas mais profundas (Lc 5,4).
Nossa Senhora nos ensina a humildade: Numa visão humana mesquinha, Maria foi a única mulher da história que teve o motivo excepcional de se vangloriar, enaltecer-se, envaidecer-se, por ser a mãe do Filho encarnado, e, por isso, a Mãe de Deus, mas ela nos ensina justamente o oposto, ela é a simples serva do Senhor (Lc 1,48). Eis uma virtude nuclear para quem quer seguir Jesus: a humildade. Somente quem se esvazia totalmente de si é capaz de se deixar conduzir pelo Senhor rumo ao cumprimento da vontade do Pai (Jo 21,18). Maria se reconheceu pequenina, simples, humilde, diante do que Deus estava realizando em sua vida, por isso Deus a tornou bem-aventurada por todos os séculos (Lc 1,48).
Por fim, somos todos chamados a nos “matricular” na escola de Nossa Senhora, pois ela espera por todos que queiram entrar no caminho do seguimento de seu Filho. Façamos esse itinerário de crescimento por meio da oração do Rosário ou do Terço que são instrumentos válidos para contemplação da vida de Nosso Senhor Jesus Cristo.


*Seminarista do 2º ano de teologia

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